[Guest post] Já passou da hora de haver uma regulamentação séria nos cancelamentos de voos, pois está havendo abusos por parte das empresas aéreas

O relato é do leitor Emmanuel Kalispera:

“Semana passada, eu embarquei num voo sabendo que a conexão já estava cancelada, pois todos os apps de rastreamento informavam do cancelamento (flightradar, flighty e google) dois dias antes, mas a Azul jurava de pé junto que não e no app dizia que estava tudo ok. Embarquei na primeira perna e só depois que cheguei lá “fiquei sabendo” que o voo foi cancelado. O engraçado é que nem nos painéis o voo constava com cancelado. Me reacomodaram em um voo 12 horas depois e não ofereceram acomodação, apenas refeição. Tive que me virar para achar um hotel dentro do aeroporto de campinas e pagar por conta própria, pois eu não ia aguentar ficar me encostando no aeroporto por tanto tempo com um compromisso importante no dia seguinte.

A pergunta é: qual o tamanho da responsabilidade de uma empresa que deixa o passageiro embarcar sabendo que o voo seguinte já estava cancelado há dois dias? Provavelmente, o objetivo era esticar a corda ao máximo para não assumir o cancelamento antes para impossibilitar eu cancelar e/ou remarcar a passagem para outra data. Assim, garantiram que eu embarcasse naquele voo, não perderam o cliente daquele trecho e tiveram custo mínimo com o processo (apenas um almoço e jantar), muito menor que oferecer vouchers ou assumir a perda total da receita em caso de não cancelamento.

Já passou da hora de haver uma regulamentação séria nessa questão de cancelamento, pois está havendo abusos. Minha sugestão é: a empresa deve pagar ao cliente o mesmo valor que cobra em caso cancelamento por iniciativa do passageiro. É uma das formas de equilibrar essa equação e potencialmente reduzir os valores absurdos que vem cobrando quando é o passageiro que quer mudar ou cancelar o voo (400 reais). Do jeito que está, a situação está muito cômoda para eles: seguram o cancelamento ao máximo e aí o cliente que tem que arcar com prejuízos se quiser remarcar e remarcam ou cancelam em cima da hora, qdo o passageiro já não tem opções. Lamentável.”

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Relato de outra experiência negativa com a Azul

O leitor Robert explicou:

“Nobre amigo,

Eu tive um problema com a Azul no ano de 2018 em que teria que embarcar ás 13:20 com partida prevista as 14:00 horas de Foz do Iguaçu, Paraná, Com destino a São Paulo, com conexão e curitiba e destino Rio. Bem, o descaso deles não é de hoje… Observe a “Estória!.

Havia tempo nublado com previsão de chuvas por lá. Voo atrasou e depois choveu, colocaram a culpa na chuva pelo atraso. Aeroporto fechou por algum tempo, realamente, mas em seguida, pousaram aviões da Gol, na época ainda com inscrições da antiga LAN que já estava como Tam, mas muitas aeronaves tinham ainda a pintura TAM e outras LAN, pousou a avião da própria Azul e o voo que nos levaria até curitiba e depois aos demais destino, não apareceu. Chegamos eu, filha de colo, esposa, ao meio dia no aerporto. Fui documentando pousos e decolagens, inclusive de uma aeronave da Azul. Quando foi por volta das 20:30 minutos (Olha o tempo de espera!) com eles sempre enrolando que mais 30 minutos e mais 30 minutos eis que tenta pousar com 6 horas de atraso o voo que a gente deveria embarcar, só que ai de noite, pelo que sei foram duas tentativas de pouso e arremetidas e aeronave não pousou.

Não prestaram assistencia alguma, nos enrolaram a todos por mais de 6 horas e após essa tentativa de pouso sem sucesso. Foram atrás de onibus para levar os passageiros que iriam a até Curitiba e que de lá no dia seguinte seriamos realocados para os destinos finais. Hora, paguei passagem aérea, com filha de colo, esposa, mais de 7 horas no aeroporto. Recusei-me aceitar (Já havia pedido realocação em outra empresa e disseram que voos estavam lotados). Bem, pedi então que cumprissem o que determina a lei e nos dessem asssistencia (Pouca gente ficou, boa parte aceitou ir de onibus até Curitiba). Pedi que me realocassem num voo no dia seguinte e ficaram de verificar a disponibilidade na Propria empresa ou em outra. Nos mandaram para o Hotel então. No dia seguinte… Ha, ha, ha! Acredite, nos comunicaram que não teriam vagas e com isso ficamos duas noites e um dia em foz, de terça para quinta feira. Por sorte estava de férias, tinha alguns compromisssos, mas não inadiáveis.

Documentei tudo, pousos, decolagens de outra aeronaves, vagas que haviam, sim, em outras empresas aéreas e ficamos então em foz a disposição de quando iriam nos arrrumar voos. Na quinta feira nos embarcaram.

Tudo documentado, fotos dos monitores, filmagens de pousos e decolagens de outras empresas.

Cheguei em casa e já metic a “boca” no telefone, fiz a queixa, formal registrei no consumidor.gov.br e recibi contato telefonico no dia seguinte ao registro da reclamação (Sempre antes de me encaminhar a justiça, faço o caminho, consumidor.gov.br, Procon e por ultimo levo ao JEC.

Me ofertaram a voltuosa quantia de 250 reais para compensar meu desconforto. E não era por pessoa, era para a familia… Eu respondi que isso não pagava nem um almoço, quanto mais a incomodação e tempo perdido.

Desliguei o telefone e 10 minutos depois me ligaram novamente, desta vez me ofertaram R$ 1.500,00 em vouchers que a época dava para fazer uma viagem em tres pessoas tranquilo.

Para não ter aborrecimento de ter que levar a justiça que poderia me render mais, mas também ter aporrinhação, aceitei.

Detalhe, a muito tempo não fico com valores que ganho em demandas assim, não sou nenhum “samaritano”, mas quanto ganho uma causa, ou alguma indenização assim faço doação.

Até ofertei o voucher para uma instituição de caridade reconhecida, que sei que tem bom nome, mas disseram que seria dificil usarem. Bem, a premissa continuou, Usei os vouchers, viajar com a familia numa outra oportunidade e doei o valor equivalente a instuição.

Eu recomendaria a todos que tenham problemas desse tipo, que, por mais aborrecimento que passem, façam doações dos valores arrecadados. Até porque se firmar compromisso de doar os valores, o Juiz tende a aumentar o valor da indenização por enxergar que a pessoa não quer ganhos faceis, só quer que se faça justiça.

No meu Humilde ponto de vista, o importante é ver quem te prejudica punido e não necessariamente auferir algum valor em razão disso. Claro, há excessões, onde se vc tem um prejuizo financeiro real, ser ressarcido, mas quando não é este o caso não costumo ficar com o valor arrrecadado. Sempre destino a doação.

Em resumo, eu tenho tanta, mas tanta birra com a Azul, apesar de que nenhuma empresa aérea nacional presta, que evito o que posso de viajar por essa empresa”.

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E depois há quem reclame do excesso de judicialização. Se há esse excesso, geralmente é porque alguma empresa não está respeitando, de forma voluntária, os direitos dos consumidores….