[Guest post] Coisas inacreditáveis que as empresas aéreas fazem para se negar a conceder o voucher para deslocamento e hospedagem…

O post das filas quilométricas em GRU para pegar o voucher de deslocamento e hospedagem em caso de atrasos e cancelamentos de voos continuam rendendo.

Depois do post de ontem, vejam esse relato estarrecedor do Rodrigo Resende, que já nos brindou com outros excelentes guest posts alertando sobre a necessidade de nós, consumidores, fazermos valer nossos direitos quando eles forem violados:

“Olha, quando tem fila para pegar voucher, é ainda menos pior do que quando eles negam-se peremptoriamente a conceder voucher para deslocamento e hospedagem, viu…

E lá vem história…

Segunda-feira passada, estava eu, mulher e as duas filhas esperando voo Gol 1440, em GRU, para vir para GYN, que estava agendado para 23h25. Quando deu 23h40, avisaram-nos que o voo estava atrasado devido às chuvas em Guarulhos, de modo que decolaria apenas às 3h da madrugada.

Na hora, eu disse à atendente que achava que era mentira dela, que eles estavam falando isso apenas para não admitirem a verdade naquele momento, pois se dissessem que o voo sairia, por exemplo, às 3h30, já teriam de arcar com hotel e deslocamento, além de alimentação. Ela negou minha suspeita, disse que me assegurava que sairia às 3h e encheu linguiça um pouco mais…

Subi do embarque remoto (de onde sairia meu voo) para uma das portas de embarque do andar de cima e, “sem querer”, ouvi uma conversa de outros atendentes da Gol, que estavam fechando um voo que partiria no mesmo horário, para Cuiabá. Sim, ouvir conversa alheia é coisa feia, mas quando é conversa de funcionários de empresa sem ética, tá valendo.

Eis que um atendente comenta com o outro: e o voo de Goiânia que foi remanejado para sair às 6h, você viu?

Levantei-me feito uma bala e fui checar se tinha ouvido bem a informação. O cara desconversou, disse que ainda dependia de confirmar, etc etc.

10 minutos depois, quando fofoquei pra todos outros passageiros a conversa que ouvi, fizemos um motim e a cia. aérea teve de admitir a verdade, que era ainda pior.

Resultado: o voo foi reprogramado para 6h30 e só decolou mesmo às 7h33, pousando às 8h49 em Goiânia, ou seja, mais de 8 horas depois do horário contratual.

Em suma, minha intuição de que eles estavam mentindo se confirmou, tudo com o propósito de se desobrigarem de cumprir as obrigações que a Resolução 400/2016 da ANAC dispõe, com relação às responsabilidades para situações de atrasos superiores a 4 horas.

Para agravar, deram a carta de cancelamento afirmando que o voo estava atrasado devido a questões meteorológicas. Foi quando a galera ficou ainda mais exaltada, pois além do voo para Cuiabá, da própria Gol, ter decolado normalmente, todos os outros da Gol e de outras cias. aéreas decolavam sem qualquer interrupção.

Acuada, a Gol emitiu novo comunicado formal, alegando problemas operacionais, mas sem especificar quais.

Tarde demais…

Fui coletando as provas ao longo da madrugada: um mar de gente dormindo no chão, minhas filhas deitadas em banco de aeroporto, tudo porque uma empresa sem ética como a Gol deixou de cumprir seus mais comezinhos deveres regulatórios.

Agora, estas provas serão empregadas em ação com pedido de dano moral.

Pior que a ANAC não faz m…. nenhuma contra essas cias. É pior que a jabalândia passando pano.

Conclusão

A cada dia que passa, confirmo o meu mantra: quem perdoa é Deus; consumidor lesado não pode relevar jamais.”

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Os direitos existem para serem exercidos. É preciso que as cias. aéreas melhorem enormemente a prestação de serviços, sobretudo quando é muito evidente a violação à lei. E, para que essa cultura seja mudada, nós, como consumidores, precisamos valer esses direitos.