All Accor na prática: as agruras, os desencantos e as decepções de um leitor com esse programa de fidelidade. E uma opinião sobre o recém lançado Clube All Accor Signature…

O Kalispera nos contou a novidade:

“ALL lançou seu clube de milhas para todo o público brasileiro.

Preços variam 119 a 560 por mês, havendo descontos para pagamentos anuais e trimestrais.

Ganha-se de 1000 a 5000 pontos por mês e há alguns privilégios interessantes, mas não achei tão vantajoso.

Aguardando a opinião dos demais colegas sobre o tema”.

E o Thiago Colorado nos deu um depoimento sobre como tem sido a experiência dele com o programa.

Confiram!

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“Dei uma olhada rápida e também não pareceu muito interessante.

Aliás, um comentário importante com relação à Accor.

Eu tenho muitas ressalvas quanto a transferir meus pontos para empresas que não respeitam seus clientes, ainda mais os clientes de seus programas fidelidade.

É o caso da Latam, precisamente, e o que está me parecendo ser o da Accor também.

Cliente fidelidade é o mais importante, é aquele que se você fizer um pequeno esforço, conceder uma pequena vantagem, vai adquirir o seu produto; afinal, ele já tem interesse em fazer isso quase que naturalmente.

Se você espanta o cliente fidelidade, desrespeita ele, é o começo de um ciclo vicioso que, querendo ou não, revela muito sobre a visão e sobre as políticas da empresa, assim como sobre a forma como ela atua no mercado.

Dito isso, vamos aos problemas em si:

1. Tive uma péssima experiência com o Business Plus card (da Accor). Paguei o valor anual, mas não tive os benefícios que prometiam (isso foi objeto de um post próprio aqui no MMdM, inclusive, lá nos idos de 2017). Tentei cancelar e não deixaram; sequer estornaram o valor.

2. Não foi uma nem duas vezes, tem sido uma batalha constante conseguir que a Accor credite corretamente os pontos devidos (de estadias ou de bônus promocionais, por exemplo).

Tá em dúvida?

Veja as reclamações do ReclameAqui.

Participei de 2 promoções de transferências bonificadas no ano passado (2022) e em ambas ainda não recebi os bônus (25% e 15%). Abri protocolos e ficam pedindo diversos comprovantes, inclusive prints da transação junto ao Smiles para comprovar que os pontos (normais, sem os bônus) saíram da minha conta (Smiles) na data certa e foram creditados na Accor, de modo demonstrar que era eu mesmo que estava fazendo a transação, dentro do período elegível.

Enfim, criam propositalmente diversos entraves para cumprir aquilo que prometeram e que deveria ser fácil de resolver.

3. Criar um clube de vantagens que apresenta vantagens excessivamente maiores para a empresa em si do que para os clientes é debochar da inteligência dos consumidores.

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Conclusão

Enfim, isso tudo me faz ter muitas ressalvas antes de transferir os pontos para a ALL e para outras empresas que, de modo geral, da mesma forma, desrespeitam os seus clientes, dentre as quais eu incluiria a Latam e a Iberia (aliás, um parênteses sobre a Iberia: tudo bem que ela normalmente seja barata (em pontos) e que tenha tabela fixa, mas tá aqui uma outra que tem um atendimento péssimo, pra dizer o mínimo).

Dito isso tudo, acho que vale a pena colocar as barbas de molho.

Fica o alerta, portanto, inclusive em relação a empresas estrangeiras (que muitos de nós aqui veem como mais seguras e confiáveis).”

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Destaco esse trecho do Thiago:

“Criar um clube de vantagens que apresenta vantagens excessivamente maiores para a empresa em si do que para os clientes é debochar da inteligência dos consumidores”.

E sem contar esse outro trecho:

“Se você espanta o cliente fidelidade, desrespeita ele, é o começo de um ciclo vicioso que, querendo ou não, revela muito sobre a visão e sobre as políticas da empresa, assim como sobre a forma como ela atua no mercado.”

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A Accor deveria era priorizar a melhora do seu programa de recompensas, e não ficar criando mais um clube onde “as vantagens são maiores para a empresa do que para os consumidores”, como disse o Thiago.

Como?

Simples: comecem oferecendo café da manhã gratuito para os clientes elite, preferencialmente a partir da categoria Gold (mid tier), como já faz, há muito tempo, o Hilton Honors (sugestão do Emmanuel).

A respeito desse último ponto, a Bel Lemos arrematou:

“Também acho q o mínimo seria café da manhã grátis. Vou ficar em um Mercure mês que vem, hotel todo bom e tem q pagar um café da manhã que representa uns 20% da diária, poxa! Eu não pago”.

Olha, pagar um café que representa quase 20% da diária, pra cliente elite do programa de fidelidade, não soa bem, se a pretensão for fidelização de cliente.

O concorrente que oferece tal benefício tende a tirar a clientela do outro (embora o Hilton mesmo não tenha condições para fazer isso no Brasil devido à sua reduzida base de hotéis).

O All Signature mais parece uma versão adaptada, para o mundo das milhas e pontos, do Clube Candeias…

Enfim, fica aí algo mais para pensar e refletir, e menos para desembolsar por impulso sem raciocinar antes…

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