[Um convite ? reflex?o] Muito cuidado para voc? n?o ser controlado pela ind?stria de viagens…

Navegando pela riqu?ssima viajosfera brasileira, me deparei com um artigo sensacional escrito no blog Rodando pelo Mundo, que faz uma an?lise bastante inteligente da atual ind?stria de viagens, da qual fazem parte, por evidente, empresas comerciais ligadas ao ramo, bem como pessoas que vendem produtos e servi?os relacionados ?s viagens, como, por exemplo, blogs comerciais e sites de ag?ncias de turismo.

Cuidado com a ind?stria das viagens

Sob o sugestivo t?tulo Para Refletir: A viagem como um produto perfeito, Michel Z. nos convida a refletir sobre o que ? realmente essencial em nossas vidas. ? ?bvio que o lazer realizado por meio de viagens ? uma atividade que proporciona bons momentos, mas isso n?o pode jamais ocupar o centro de aten??o de nossas vidas, ainda que sejamos “profissionais” do setor – e olha que ele fala com conhecimento de causa, afinal, ? um blogueiro que escreve um excelente blog de viagens.

Eis o que ele diz (os destaques ficam por minha conta):

“Viajar n?o ? a solu??o de todos os problemas e tamb?m n?o ? a coisa mais importante do mundo.

[…]

Existe um exagero vem sendo criado atrav?s das redes sociais, que tenta vender a viagem como um elixir da longa vida, uma via de m?o ?nica para a felicidade, ou at? mesmo o t?o sonhado nirvana. Um limbo do mundo moderno.

J? viajei bastante, passei por muitos pa?ses e continentes e sou viciado em viagens. Ent?o, mesmo sendo blogueiro de viagem desde 2006, qual motivo eu teria para contrariar as mensagens sempre positivas? Pelo simples fato que viajar pode ser perigoso, n?o s? pela quest?o da sa?de em geral, mas tamb?m porque viajar exige grana. Muitas vezes, dependendo da viagem, acaba consumindo mais grana do que voc? esperava.

[…]

Muitas vezes voltar para casa representa retomar aquilo que um dia voc? jogou pro alto, a rotina, o trabalho fixo, f?rias limitadas e tudo mais. A frustra??o pode ser t?o intensa que pode at? mesmo tornar-se depress?o ? especialmente com uma busca por emprego frustrada e o alto investimento para comprar tudo que foi vendido antes de partir.

[…]

Enfim, qual a mensagem que quero deixar com esse post? A de que viajar ? uma das melhores coisas do mundo sim, mas n?o ? algo infal?vel e ? como todas as outras coisas da vida ? pode ter muitos efeitos colaterais”.

N?o poderia concordar mais com o Michel. As viagens devem ser vivenciadas e contextualizadas no espectro mais amplo de viver a vida, como apenas mais um dos (muitos) elementos de uma vida saud?vel e feliz (para aqueles, evidentemente, que gostam de viajar, pois h? muitas pessoas que n?o incluem viagens como um h?bito de vida).

A fantasia da viagem como um produto perfeito ? constru?da e alimentada, claro, pela famigerada ind?stria de viagens, que te bombardeia diariamente com centenas e milhares de ofertas de passagens promocionais, imagens de lugares paradis?acos, lindas fotos de servi?os de luxo prestados em avi?es super modernos, v?deos de hot?is deslumbrantes… a troco de qu??

Ora, simples: todos querem o seu dinheiro, e com a ind?stria de viagens, isso n?o poderia ser diferente. Eles fazem de tudo para associar viagens a felicidade, com a mensagem subliminar (ou expl?cita mesmo) de que, se voc? n?o viajar, voc? ser? um pobre arrependido de esp?rito que nunca saber? o que ? desfrutar das “coisas boas da vida”… 😛

Sim, meus caros leitores, eles fazem de tudo para associar, de modo, perdoe-me o trocadilho, “indissoci?vel”, felicidade com viagens.

E ? aqui que se encontra o erro: o de voc? cair nessa armadilha, e, nesse desejo de viajar mais e mais, acabar desprezando e deixando de lado outras coisas at? mais importantes da sua vida, tais como:

– Cuidar da sa?de e frequentar regularmente uma academia;

– Praticar uma alimenta??o saud?vel e regrada;

– Cultivar relacionamentos e da fam?lia;

– Preservar e fazer crescer seu programa de independ?ncia financeira;

– Trabalhar e estudar, visando a uma melhor qualifica??o pessoal e profissional.

? poss?vel, sim, viajar e fazer tudo isso. Ocorre, contudo, que muitas pessoas, seduzidas pelo poder da ind?stria de viagens, que as vendem como o elixir perfeito, acabam, sim, abdicando das demais ?reas de sua vida. Ficam at? irritadas quando algu?m argumenta em sentido contr?rio, como ? o caso desse post.

Rafael Sette C?mara, citado no referido artigo, e renomado blogueiro da ?rea de viagens (afinal, ele atua no?360 Meridianos), escreveu, de forma absolutamente apropriada (sem destaques no original):

“Tem gente que n?o gosta de viajar. Tem p?nico s? de pensar em ficar muito tempo fora de casa. Inclusive, tenho na minha fam?lia pessoas assim. Para esses, viajar n?o ? algo interessante. E eles n?o est?o errados.

Cada pessoa tem um gosto e um objetivo de vida ? tem quem queira rodar o mundo e levar um estilo de vida diferente do tradicional, meio n?made. E tem quem queira o estilo de vida tradicional. Tem quem prefira outra coisa. Enfim, cada um faz suas pr?prias escolhas e nenhuma delas ? ruim ou perfeita em si mesma. ?Ningu?m se torna uma pessoa melhor, mais completa, mais feliz e madura depois de colocar uma mochila nas costas. Viajar pode contribuir para isso, claro, assim como muitas outras coisas.

O que eu acho ruim ? colocar toda sua felicidade numa viagem. Viajar me deixa mais feliz, mas n?o ? a ?nica coisa a contribuir para essa equa??o. Inclusive, viajar nem ? a coisa que eu mais gosto de fazer na vida. Se eu tivesse que escolher entre nunca mais viajar e nunca mais ler um livro, ver um filme, escrever ou ter a companhia da minha fam?lia e amigos, definitivamente eu nunca mais viajaria. E sem nem pensar duas vezes. Todas as outras coisas s?o mais importantes do que viajar, pelo menos para mim.

A vida de quem viaja muito n?o ? perfeita, mas uma vida cheia de problemas, de altos e baixos, como outra qualquer”.

Fa?o minhas as palavras dele, sobretudo as desse trecho, que achei fant?stico:

“O que eu acho ruim ? colocar toda sua felicidade numa viagem. Viajar me deixa mais feliz, mas n?o ? a ?nica coisa a contribuir para essa equa??o. Inclusive, viajar nem ? a coisa que eu mais gosto de fazer na vida. Se eu tivesse que escolher entre nunca mais viajar e nunca mais ler um livro, ver um filme, escrever ou ter a companhia da minha fam?lia e amigos, definitivamente eu nunca mais viajaria. E sem nem pensar duas vezes. Todas as outras coisas s?o mais importantes do que viajar, pelo menos para mim”.

Conclus?o

Como todos voc?s j? sabem, o objetivo principal do MMdM ? ajudar os leitores a “transformarem pontos em sonhos”, aproveitando melhor os programas de fidelidade de cart?es de cr?dito e de empresas a?reas.

Ok, isso ? uma coisa boa e legal, mas?jamais?pode ser feito pagando-se o pre?o das demais ?reas da sua vida, sobretudo as familiares, financeiras e de sa?de.

“Pensar fora da caixa”, ou seja, analisar criticamente a ind?stria de viagens, estando voc? inserido nela, ? uma tarefa dif?cil, mas necess?ria.

Fa?a o enquadramento correto das viagens em sua vida, de modo que ela n?o vire uma obsess?o, pois isso, a longo prazo, poder? vir a ser uma fonte de estresse emocional, com pesadas repercuss?es sobre o modo como voc? dirige a sua vida.

Afinal de contas, voc? n?o vive para viajar, mas voc? viaja para viver. 😉

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Cr?ditos da imagem: Free Digital Photos

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