[Guest post] Não consigo entender como as empresas aéreas, podendo antecipar a solução do problema, preferem adiá-la, agravando a condição do passageiro e os riscos que a cia. aérea já assume decorrentes do contrato de transporte aéreo…
A respeito do post de ontem, segue o excelente comentário do Rodrigo Resende:
“Dia 27/10, recebi uma notificação da Azul, que me informou que meu voo de Belo Horizonte a Goiânia, programado para dois dias depois, foi cancelado, tendo a Azul falado em off para uma das passageiras afetadas que a causa era a ocupação baixa, inferior a 30% do avião. Até aqui, eles estavam no direito de fazer uma alteração programada, situação corriqueira nesse ambiente da aviação.
O problema disso tudo é que a Azul avisou-me com apenas 48 horas de antecedência situação que a obriga a reacomodar o passageiro em voo de sua preferência ou mesmo cancelar o voo sem ônus (Resolução 400/2016-ANAC, art. 12).
Como precisava chegar pela manhã do domingo em Goiânia, pedi à Azul, tanto no aeroporto de Goiânia (antes de embarcar para BH), quanto em BH, ao lá pousar vindo de Goiânia, para me reacomodar num voo da Latam que sairia ás 6h30 de Confins ou noutros da Gol, que também chegavam em horário compatível com um compromisso social que tinha em Goiânia.
Em ambas as abordagens, a Azul me deu uma canseira, enrolou até não poder mais e acabou por dizer que só poderia me reacomodar no próprio dia da partida, não antes dele. Ou seja, deu uma protelada básica e empurrou o problema para o domingo, dia do voo.
Tive que chegar às 4h30 de domingo ao aeroporto de Confins, para conseguir ser realocado e, adivinhem, os voos da LATAM e da GOL já estavam cheios, segundo disseram.
Perdi o almoço de celebração de aniversário de um amigo, pois acabei por pousar em Goiânia quase às 15h. Até chegar em casa, tomar um banho, me vestir e ir ao local do aniversário…. já seria 16h30, fim de festa no domingão…
Não consigo entender como as empresas aéreas, podendo antecipar a solução do problema, preferem adiá-la, agravando a condição do passageiro e os riscos que a cia. aérea já assume decorrentes do contrato de transporte aéreo.
Quando o supervisor de BH viu a cag*** que seus funcionários de BH deram ao não resolver o problema nas tentativas anteriores que fiz, tentou amenizar os danos: me ofereceu para ir até Brasília de avião e fazer o trecho de BSBS a GYN de taxi, ao que respondi que se quisesse ir pela via rodoviária, teria comprado bilhete de ônibus. Se comprei bilhete aéreo, não aceitava ir pelo meio terrestre.
Por fim, me ofereceu para ir pra sala vip de BH, para lá aguardar de 5h30 até às 13h, ou seja, quase 8 horas de espera. Ou seja, tudo fora do padrão estabelecido pelas normas da ANAC. Saquei da mochila minha cópia da Resolução ANAC 400/2016 (que, como “advogado-mala” que sou, carrego em todas as viagens que faço no Brasil) e apresentei a ele qual era a responsabilidade da cia. aérea naquele caso: arcar com hotel e alimentação. Foi quando ele recuou e aceitou me dar os vouchers. Decerto, viu que não estava falando com ninguém desinformado de seus direitos.
Conclusão
É impressionante o jogo de esperteza desses caras; eu não consigo confiar um minuto sequer nestes trapalhões.
Enfim, é mais um processo judicial que está sendo preparado, pois não aceitei os R$600,00 em voucher que me ofereceram no dia seguinte ao problemão que me causaram.
O que causa espécie é ver essas companhias aéreas alegarem excesso de judicialização, depois de tanta me*** que fazem! É uma atrás da outra. É menosprezar o bom senso, “né non”?
Enfim, o colega Observador teve sorte de não terem cancelado seu voo em cima da hora, apesar da baixa ocupação. Porque eles estão fazendo isso corriqueiramente e, ao que indica minha vivência recente, sem responder por todas as obrigações que a legislação lhes obriga.”

………………..
E você, também já foi vítima do jogo de empurra-empurra-mas-não-resolve, em situação semelhante à descrita pelo Rodrigo?