[Guest post] A difícil missão de abandonar definitivamente o TAP Miles & Go e buscar alternativas: estou entre o Iberia Plus e o AAdvantage. Sugestões?

A dúvida, postada em comentários aqui, é do Rodrigo Batista:

“Ainda na série “O que devo fazer?”, mas sobre outro tema:

Definitivamente para mim o Miles & Go não dá mais, não só pela pouca e cara disponibilidade na TAP e nenhuma na Star, como pelo péssimo atendimento da TAP no pós venda quando qualquer coisa dá errado, de forma que o JEC acabou virando o SAC da empresa e já são dois processos desde o ano passado.

Normalmente, faço 4 viagens pagas por ano para Portugal e uma para os EUA (que alterno entre pagante e uso de milhas), além de uma viagem de lazer com a família.

Acabava sempre utilizando o mix Azul/TAP por ser o que melhor me atendia (tanto em valores como horários) e pelos sweet spots do M&G (passei a queimar meu estoque de milhas no LATAMPASS e estou ladeira baixa no status, de Black Signature para Black, ano que vem Platinum e assim vai), mas realmente a TAP, que nunca foi lá estas coisas, está deixando demais a desejar e não vislumbro uma “normalização” do M&G sequer no médio prazo.

Já superei a barreira psicológica que não vou ser mais Star Aliance Gold (que na real não estava servindo para muita coisa, porque o status mais alto na TAP não me dava muitos benefícios) e terei que começar tudo de novo, também me desapeguei da maioria dos cartões, permanecendo “apenas” com o Santander MCB AA, Uniprime MCB e Azul VI, todos por ora sem anuidade e atualmente tenho apenas o Clube Livelo antigo.

Dos programas nacionais, vou ficar com o Tudo Azul que é o que me atende melhor e que vou manter o status diamante pelo AVI (garantindo os melhores benefícios do programa, para o meu tipo de uso).

Quanto ao internacional, aí estou numa dúvida cruel.

Estou tendendo para o Iberia Plus, mesmo com o deságio do Livelo, para acumular Avios, que a pontuação ainda é por distância e não por preço, com algum planejamento consigo preços parecidos com a da TAP e Azul, ainda dá para acumular na LATAM (o que seria dolorido…kk) e parece ter uma tabela de resgate fixo com parceiros mais perene e com valores razoáveis, além de um backtrack menor (MAD – LIS) do que outras empresas do velho continente.

Além da conversão 2:1, eu teria que deixar o AA do Santander meio de lado, porque as milhas AA deixariam de fazer sentido.

Outra opção seria encara o AAdvantage, concentrar os gastos no cartão cobranded e tentar voar Oneworld para Europa e GOL no Brasil, aí não manteria o Clube Livelo antigo e provavelmente teria maiores dificuldades de acumular mais milhas.

Não consegui pensar em outros programas, se alguém tiver sugestão!

Abraços”

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O comentário inicial do Rodrigo engatilhou uma série de comentários e debates bem interessantes entre os leitores.

Analisando o cardápio de cartões de crédito e programas de fidelidade

O Swine disse:

“Resumindo o que entendi: você faz 4 viagens, pagando em dinheiro, para Portugal; 1 para os EUA (às vezes em dinheiro, às vezes em milhas); e 1 de lazer, que suponho que quer emitir com milhas e é o que motivou a pergunta — mas infelizmente não informou os destinos de interesse.

Quanto à Iberia, já concluí que após o fim da paridade 1:1 via Santander, tornou-se caro demais. Em época de Bateu Ganhou, um pouco menos, mas aí não dá pra esquecer que os pontos extras valem igualmente para as nacionais. Você não está ganhando mais pontos Iberia Plus diretamente, está ganhando mais pontos Esfera, a proporção entre Iberia e os programas nacionais continua igual. Considerando os bônus de 100% usualmente praticados nos programas nacionais e o deságio de 1:2 do Iberia Plus, a pergunta a se fazer é: 1 ponto Iberia Plus vale 4 vezes que pontos nas nacionais? E enfatizando, essa proporção independe se está em época de Bateu Ganhou ou não.

Fora que, se acaso achar que 1 ponto Iberia Plus e 4 pontos em alguma das nacionais não é uma comparação tão díspar, é preciso lembrar que, se tiver ou conseguir pedir o PDA (assumindo gastos mensais altos o suficiente para justificar sua anuidade), então a conta piora ainda mais. Com o Santander Unique, acumula-se 1 ponto Iberia Plus/dólar fora de época do Bateu Ganhou (já considerando o deságio de 1:2) ou 2 pontos Iberia Plus/dólar na meta máxima durante a Bateu Ganhou. Já no PDA Platinum, considerando o dólar atual (“piorado” um pouco para comparação justa com o Santander e seu dólar caríssimo) e bônus de 100%, são cerca de 11 pontos TudoAzul/dólar ou 9,7 pontos Smiles/dólar. Ou seja, a proporção é pior ainda do que 1 Iberia Plus para 4 pontos nas nacionais do parágrafo anterior: é entre 4,8 e 11.

Fora de Bateu Ganhou, acumular 2,2 pontos/dólar (e com spread zero) no cartão Uniprime é muito melhor negócio que no Unique sob qualquer aspecto possível: tanto pelos cerca de 15% a mais de pontos gerados (lembrando a questão dólar caro no Santander), do que a existência de mais programas no Livelo (e entre os programas que existem tanto no Livelo como no Esfera, a paridade é igual), do que evitar gastar demais no Santander e ter metas impossíveis na Bateu Ganhou seguinte. Mas não mudará significativamente os cálculos do parágrafo anterior.

Quanto ao cartão Azul, não sei como estão aquelas promoções de pontos extras, mas não me parece que vá atingir os 11 pontos/dólar do PDA. Por outro lado, direcionando parte dos gastos para lá, dá pra conseguir os benefícios de upgrade e companion pass, os quais assumo que valham para passagens emitidas por milhas também, e nesse caso podem ser combinados com pontos gerados no PDA para fazer emissões para Flórida e Lisboa (se estes destinos forem do seu interesse) pela Azul ainda mais barato. Teria que colocar na ponta do lápis, mas parece uma alternativa muito promissora para gerar viagens baratas para esses destinos.

Fora isso, eu ficaria de olho em emissões via Smiles, e se surgir uma excelente oportunidade, faria uma emissão com Viaje Fácil e depois enviaria os pontos. Creio que isso seja particularmente interessante para emitir AA. Exigirão, é claro, mais pontos Smiles do que pontos AAdvantage se emitisse o mesmo vôo direto pelo AAdvantage, mas as contas feitas acima para o Iberia Plus basicamente se repetem para o AAdvantage na mesma proporção.

Como o Leandro já disse recentemente, AAdvantage é interessante para fazer emissões fora do Brasil, e ainda vai existir o problema de sair do Brasil para poder fazer bom uso dessas milhas.

Concluindo: eu olharia os programas nacionais com mais cuidado. São caros, mas geram-se muito mais milhas/pontos com eles, o que pode compensar as tarifas numericamente mais altas.

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Objetivo de priorizar um programa internacional de milhagens aéreas: potencializar as milhas obtidas com viagens pagas

O Rodrigo respondeu:

“Os destinos de interesse acabam variando de ano para ano, já foi Zanzibar (Qsuites), Cancun (Polaris) e ano passado Europa (First e Exec da LH).

Meu objetivo com um programa internacional é potencializar as milhas obtidas com estas viagens pagas que tem custo praticamente zero para mim.

Cada dia e volta para Lisboa, por exemplo dava em torno de 20 mil milhas M&G, ou 80 mil por ano, um pouco menos que as 100 mil necessárias para fazer um trecho Brasil x América do Norte em Executiva.

80 mil milhas na Azul, mal dá para comprar um trecho de econômica atualmente.

Na tabela fixa do Iberia Plus, em baixa temporada ida e volta GRU-MAD de Executiva sai por 84 mil milhas.

Jogar estas milhas em programas nacionais penso não ser um bom custo benefício.

Como disse antes ainda uso o Tudo Azul, que me atende bem para os voos nacionais que ainda tem boas promoções, agora para viagens internacionais as milhas dos programas nacionais tem muito pouco valor.

Abraço”

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A alternativa do FlyingBlue (FB) (Air France)

O Leandro Nicolau escreveu:

“Essas passagens pagas que saem quase a custo zero para você, poderia ser em qualquer companhia?

Porque se a resposta for “sim” e você não tiver problemas com conexão, seria bem interessante você voar British ou Iberia e pontuar no próprio AA, fazendo dobradinha com o AA Black que também gera pontos de qualificação. Entendo que seria questão de tempo para você alcançar Executive Platinum o que dá o status mais alto na OW proporcionando benefícios na Iberia e British, além obviamente da própria AA e nas outras OW.

Como o Swine falou, eu não usaria os valiosos pontos AA para sair do BR rumo aos EUA, salvo alguma situação MUITO específica.

Sobre os programas nacionais, acho que todos sabemos os problemas deles e pelo seu relato justamente você está de saco cheio de problemas, vide que vai abandonar a TAP (eu também estou de saco cheio, mas os benefícios que ainda tenho de usar os pontos de lá compensam com sobras as dores de cabeça).

Então acho que trocar a TAP por uma nacional seria só trocar o motivo da dor de cabeça (vai ser “duro” abandonar a possibilidade de F com a LH mas se você não tem possibilidades hoje de emitir com pouca antecedência, como o meu relato alguns posts atrás, acho que é hora de deixar o programa da TAP de lado mesmo, pelo menos no curto prazo. Na verdade deixar de lado qualquer programa Star Alliance já que são as companhias que não estão abrindo com antecedência).

Outra alternativa seria você fazer as passagens pagantes (caso seja possível) usando a dobradinha AF / KLM, pontuando no FB.

É um programa menos conhecido e falado por aqui mas eu mesmo já fiz excelentes emissões quando o TPC era um cartão realmente bom e o atendimento de AF e KLM na biz definitivamente é muito bom (pelo menos foi em todas as minhas experiências que tive com eles).

Apesar de não terem uma tabela fixa, existe um padrão de valores em pontos para emissões e mensalmente alguns destinos apresentam descontos, como partindo do BR com 50% menos, teria que ver se poderia casar com a viagem que você gostaria de emitir com pontos.

Seria uma companhia que você conseguiria status também, não sei se chegaria no máximo, talvez se a passagem paga você passasse a fazer com a Delta para pontuar no FB também ajudaria a chegar em status mais elevados (não pontuaria no programa da Delta nesse caso). Ponto fraco nesse caso é que se você não tem o TPC do Santnder não poderia transferir pontos para lá mas se for viável você pegar o cartão e focar, pode ser uma boa saída.

Tem alguns anos que eu não emito pelo FB (desde que o Bradesco “destruiu” o MR) então alguma dessas informações pode estar defasada mas eu olharia com carinho o FB e pensaria na possibilidade de pegar o TPC Santander”.

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AAdvantage e Iberia Plus (ao contrário do TAP Miles & Go) não fazem chicana com suas milhas

O Rodrigo complementou com novas informações:

“Existem algumas regras para emissão (feitas para favorecer a TAP), basicamente, dentro de um limite de 2000 euros, a preferência é por voo diretos que podem ser até 30% mais caros que os com conexão.

Em 90% dos casos a TAP é a mais barata nos vôos em executiva, mas eu provavelmente conseguiria voar com conexão em MAD ou LHR dentro destes critérios.

Outras empresas, pela experiência pretérita eu não teria constância para emitir sempre nelas, o que afastaria a AF/KLM (já rolou, numa emergência um LIS-BCN-PAR-MEX-GRU de Executiva por R$3.500,00, mas foi a exceção da exceção).

Acho o backtrack de Londres meio pesado para fazer sempre, até pq em geral já chego trabalhando, o que acabaria reduzindo minhas opções para IB, AZ e LA.

Tirando a viagem para África, na época que viajava bastante de LATAM e se emitia DAR por 84 mil em tabela fixa na Quites, o M&G me proporcionou as minhas melhores emissões disparado.

Sempre brinquei que o M&G era o programa ideal para o pobre metido como eu, era (ou é) o único com condições acessíveis para obtenção de status e para acesso a cabines Premium (saudades First LH),.principalmente para pessoas como nós que podem emitir de última hora.

Mas dois processos judiciais ao mesmo tempo é o meu limite para me manter fiel, a TAP não dá a mínima para os seus clientes e teria me colocado em duas situações bem difíceis se eu não tivesse recursos.

Além disso, um pouco de segurança e estabilidade não fazem mal a ninguém, AA e IB também mudam, mas não fazem chicana com suas milhas.

Tenho que decidir até ano que vem entre AAdvantage e IB plus e confesso que ainda estou na dúvida, em um eu tenho o Livelo no outro o cartão cobranded, para os acúmulos extras e o valor das milhas de ambos me parece parecido (para o que desejo).

Quanto aos nacionais acho que o Tudo Azul me atende bem, tem seus problemas (que não são poucos) é verdade, mas também tem seus Sweet spots e as vantagens dos clientes diamante são bem honestas (pouca frescura e benefícios claros e utilizáveis) pela facilidade de se alcançar o status, a viagem para os EUA normalmente é por ela, quase sempre consigo o upgrade “gratuito” do AVI ou com milhas e ganhar a passagem cortesia para o acompanhante é sempre uma excelente economia (agora usei para Manaus, ano passado foi FEN).

Abc”

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Os benefícios e as vantagens de creditar as milhas (de voos pagos) no AAdvantage

O Leandro deu sua contribuição:

“Rodrigo, não sei o que te levou a ingressar com os processos mas imagino que foram questões sérias. No seu caso parece que a paciência acabou mesmo e os benefícios da tabela não compensam mais (então o jeito é desconsiderar mesmo a TAP e dar tchau na F da LH rs).

Seguindo o que disse, acho que o ideal seria pagante com a IB mesmo e sobre onde pontuar: eu acho que o AAdvantage seria mais vantajoso por você já ter o AA Black que ajuda no status e por esse motivo entendo que seja o caminho lógico para escolha do programa de fidelidade e questão de tempo para você alcançar status top tier (e depois tentar pegar Star Alliance Gold através de algum desafio que apareça mas ai é questão de contar com o ovo… não é algo certo).

Pontuar no EC ou no IP também te levaria a ter status, mas tem que considerar que você transferiria para o IP com o deságio, tanto a partir da Livelo como do Esfera e teria que analisar seus gastos e como isso iria te beneficiar.

As passagens na faixa de valor que você diz, são pagas em dólares no seu cartão? Porque se você emitir pelo site da AA com codeshare, salvo engano teria ponto extra a cada dólar gasto mas isso é coisa para ser verificado.

Pensando no status acho que o AAdvantage seria o seu caminho lógico para pontuar os voos internacionais, voando Iberia no caso. Nos programas nacionais acho que é questão fechada que o TudoAzul é o melhor então nem opinarei.

Eu conheço pouco sobre o EC da British mas já li em algum local que não é tão difícil alcançar status elevados lá mas devido a questão do cartão, AAdvantage acho que sai na frente. São 4 viagens BR-Europa em biz por ano o que vai te ajudar muito + os pontos do cartão (não só por você conseguir alcançar o status mais alto como a sensacional tabela do AAdvantage para emissão com parceiros).

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A transição do TAP Miles & Go para um desses dois programas – AAdvantage ou Iberia Plus – certamente está no mapa de muitos outros leitores, que devem estar enfrentando o mesmo dilema e estarem com um perfil de viagens – e até de cartões – parecido com o do Rodrigo.

Alguém que esteja numa situação semelhante ao do Rodrigo já definiu o substituto? AAdvantage? Iberia Plus? Algum outro?